Quem somos nós?

Somos um grupo de alunas do Curso de Especialização Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça (GPPGR), na modalidade à distância, promovido pela Universidade Federal do Espírito Santo em parceria com o MEC. Criamos esse blog com o objetivo de fomentar as discussões no campo das Políticas de Ações Afirmativas e assim contribuir no processo de elaboração, aplicação, monitoramento e avaliação de projetos e ações que visam a transversalidade e a intersetorialidade de gênero e raça/etnia nas Políticas Públicas. Nosso tema é Igualdade de gênero, raça/etnia na educação formal com o sub tema:- Família, hierarquias e a interface público/privado. Integrantes do grupo: Ana Paula Ferreira, Marcia Roziane Zuma e Nilza Nimer Gonçalves.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Proposta de Plano de ação no município de Aracruz

Título: Coleta do quesito cor, através da autoclassificação, entre as mulheres que usam os serviços da unidade de saúde do município de Aracruz 

Objetivo Geral da ação: 
A escassez de informações epidemiológicas abordando a cor ou raça é um fato conhecido e que dificulta a criação de políticas públicas voltadas para a promoção da equidade e diminuição do preconceito relacionado a questões de raça e etnia.
Assim como a informação sobre sexo e idade, é importante na hora do diagnóstico, a identificação por cor ou raça/etnia é fundamental para a compreensão do processo de adoecimento e das causas de morte a que estão submetidos os grupos populacionais, pois eles são acometidos diferentemente pelas doenças.
O objetivo principal dessa ação é para melhorar a qualidade dos serviços de saúde, elaborar políticas públicas direcionadas e identificar as doenças e agravos predominantes nos diferentes grupos que compõem a nossa sociedade.  

Justificativa:
O Plano Nacional de Saúde estabelece como diretriz a “inclusão do quesito raça/cor entre as informações essenciais dos atendimentos realizados no SUS e na rede suplementar de serviços, e determina a utilização da raça/cor como categoria analítica dos perfis de morbimortalidade, de carga de doença e de condições ambientais”.
A 12ª Conferência Nacional de Saúde traz uma diretriz relacionada à Informação e Informática: “Divulgar informações e implantar banco de dados epidemiológicos e estatísticos socioeconômicos por etnia, tais como moradia, condições de vida e saúde, com identificação do número de pessoas atingidas pelas patologias, utilizando o índice de desenvolvimento humano (IDH) desagregado por sexo e cor e os índices de exclusão social como parâmetros para monitorar as doenças prevalentes entre as populações negras e indígenas”.
Segundo dados do PNUD, podemos agrupar em categorias algumas doenças prevalentes na população negra:
― geneticamente determinadas (anemia falciforme);
― adquiridas em condições desfavoráveis (desnutrição, doenças do trabalho,
DST/HIV/AIDS, abortos sépticos, tuberculose);
― de evolução agravada ou tratamento dificultado (hipertensão arterial, diabetes mellitus, coronariopatia, insuficiência renal crônica, câncer, miomatoses).
Conhecendo a situação de saúde da população, pode-se estabelecer metas e estratégicas para melhoria dos problemas de saúde.
Além disso, a informação “cor ou raça/etnia” possibilita ao Sistema Único de Saúde (SUS) cumprir um de seus princípios fundamentais que é a EQUIDADE, ou seja, o compromisso de oferecer a todos cidadãos e cidadãs um tratamento igualitário e, ao mesmo tempo, atender às necessidades que cada situação apresenta. É um dado que pode orientar o tratamento das populações específicas.

Descrição da ação:
As ações se darão da seguinte forma:
1)      Distribuir folhetos explicativos aos usuários(as), enquanto permanecem na sala ou fila de espera;
2)      Naturalizar a pergunta “qual é a sua cor ou raça/etnia?”, ou seja, integrá-la ao conjunto de informações (nome, idade, sexo etc....) de forma natural;
3)      Dialogar com cada usuário (a) e orientar como se autoclassificar, quando não souber;
4)      Explicar aos usuários (as) de saúde que perguntar a cor ou raça/etnia é uma forma de conhecer melhor o perfil dos (as) pacientes para melhor atendê-los (as) e para prevenir doenças e
5)      Solicitar apoio e orientações à chefia e à supervisão sempre que for necessário.

Cronograma  
Ação
Período

Planejamento das ações

Dezembro de 2011

Estimular o comprometimento institucional


Janeiro de 2012

Capacitação dos profissionais das unidades de saúde

Fevereiro e março de 2012

Sensibilização dos usuários (as)

Abril de 2012

Coleta  dos dados entre os usuários (as)


Maio e Junho  de 2012

Análise dos dados coletados

Agosto e setembro  de 2012
Formulação de propostas de políticas públicas direcionadas para as mulheres negras do município de Aracruz.

Outubro de 2012
Monitoramento e avaliação
Ação contínua

População beneficiada
Mulheres que se autodeclararam negras e que são atendidas nas unidades de saúde do Município de Aracruz.  

Referências Bibliográficas

Promovendo a equidade na atenção à saúde (folheto informativo)
Disponível em: http://www.combateaoracismoinstitucional.com/images/padf/
equidade_saude.pdf

Declaração sobre a raça e os preconceitos raciais.

Curso GPPGR -  Módulo 3 – Políticas públicas e raça
Acesso em 22 de novembro  de 2011.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS). O SUS de A a Z: garantindo saúde nos municípios. Brasília: Ministério da Saúde / Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, 2005.

CASHMORE, Ellis. Dicionário de Relações Étnicas e Raciais. São Paulo: Summus, 2000.

LOPES, Fernanda. Vamos fazer um teste: qual é a sua cor? A importância do Quesito Cor na saúde. Suplemento 6 do Boletim Epidemiológico Paulista – Saúde da População Negra no Estado de São Paulo, volume 3, dezembro de 2006.

OSÓRIO, Rafael Guerreiro. O Sistema Classificatório se “Cor ou Raça” do IBGE (Texto para Discussão n. 996). Brasília: Ipea, novembro de 2003.

WEDDERBURN, Carlos Moore. Do marco histórico das políticas de ações afirmativas – perspectivas e considerações. In: SANTOS, Sales Augusto dos (org.). Ações afirmativas e combate ao racismo nas Américas. Brasília: MEC/SECAD, 2005.

Nenhum comentário:

Postar um comentário